segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Ser ou não ser social.

Quando, há uns anos, as redes sociais começaram a não desaparecer, as empresas portuguesas ficaram em pânico.
Os gestores tenderam a não ligar. Algures entre a obrigação de alguma atenção e investimento e o desprezo desconfiado de quem não quer partilhar segredos nem ter feedback.

Os responsáveis pela comunicação e as suas equipas foram experimentando pessoalmente, percebendo que haveria crescimento, envolvimento e as ditas cujas redes seriam incontornáveis na comunicação.
Não deixaram de ficar “baratas tontas”. A dificuldade de gerir mais e novas ferramentas num dia-a-dia demasiado carregado e em fase de contenção era real e de difícil implementação.



Muitas empresas repousaram depois de criar um perfil no Linkedin, qual homepage dos seus sites corporativos. Ufa! Está feito. De vez em quando espreita-se para saber se aconteceu alguma coisa.

Ainda não se falava muito de marketing digital. Mas não demorou. A velocidade da coisa invadia artigos online, revistas e conteúdos por todo o lado, assustando os responsáveis. Como não perder o barco? O que queria realmente dizer marketing digital?

Nada mais que a utilização da internet e de suportes digitais na comunicação de marketing, respondiam os especialistas. 
É preciso criar uma estratégia para a comunicação digital. Trabalhar conteúdos de forma inovadora, já ninguém quer relambórios chatos, toda a gente quer histórias, fotos, vídeos, emoção, contaminação. Até os clientes.
Pode utilizar-se o SEO para aparecer nas bocas de toda a gente, neste caso, nos olhos, opinar num blogue, conduzir as gentes para o site, chegar ao mundo todo num ápice.

E o Facebook? Que fazer? A velha discussão interna em torno dos limites. Até onde ir na abertura da empresa. E se aparecem colaboradores que não entendem algumas questões, salariais, por exemplo, e o dizem. Espalha-se. Medo. Apagam-se esses comentários. Não? Mas então?


Como sempre, as coisas vão-se normalizando na voragem do tempo. Os caminhos vão-se encontrando, mais moda menos moda.

Para muitos gestores, a questão resolve-se colocando como responsável pela comunicação um nativo digital ou aproximado. Podem lavar as mãos como Pilatos.

Para outros, a aposta é mais profunda. É preciso trabalhar os conteúdos e utilizar as diferentes redes sociais como meios de comunicar de forma mais próxima e emocional. Ser mais transparente. 
Uma oportunidade imensa.

Tudo isto já não permite colocar a questão de ser ou não ser social.
As organizações já não podem não sê-lo. Pode ser uma opção não ser social mas parece evidente que implica a exclusão dos fóruns onde as coisas acontecem.

Já tenho tido esta discussão com conhecidos e amigos que têm aversão às redes sociais, em particular, ao Facebook. É possível estar sem uma exposição excessiva. Como em tudo, deve imperar o bom senso.

O mesmo para as empresas. Uma das grandes dificuldades de lidar com a presença nas redes sociais tem a ver com os conteúdos e a capacidade de entusiasmar os outros com o que se comunica. Tem que se ter algo para dizer que chegue às pessoas.

O mundo já não tolera quem se fecha e nada partilha. Esses tempos morreram por agora, mesmo que um dia voltem.

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