Quando, há uns anos, as redes sociais começaram
a não desaparecer, as empresas portuguesas ficaram em pânico.
Os gestores tenderam a não ligar.
Algures entre a obrigação de alguma atenção e investimento e o desprezo desconfiado
de quem não quer partilhar segredos nem ter feedback.
Os responsáveis pela comunicação e as suas
equipas foram experimentando pessoalmente, percebendo que haveria crescimento,
envolvimento e as ditas cujas redes seriam incontornáveis na comunicação.
Não deixaram de ficar “baratas tontas”.
A dificuldade de gerir mais e novas ferramentas num dia-a-dia demasiado
carregado e em fase de contenção era real e de difícil implementação.
Muitas empresas repousaram depois de criar um perfil no
Linkedin, qual homepage dos seus sites corporativos. Ufa! Está feito. De vez em quando espreita-se para saber se aconteceu alguma coisa.
Ainda não se falava muito de marketing digital. Mas não
demorou. A velocidade da coisa invadia artigos online, revistas e conteúdos por
todo o lado, assustando os responsáveis. Como não perder o barco? O que queria
realmente dizer marketing digital?
Nada mais que a utilização da internet e de suportes
digitais na comunicação de marketing, respondiam os especialistas.
É preciso criar
uma estratégia para a comunicação digital. Trabalhar conteúdos de forma
inovadora, já ninguém quer relambórios chatos, toda a gente quer histórias,
fotos, vídeos, emoção, contaminação. Até os clientes.
Pode utilizar-se o SEO para aparecer nas bocas de toda a
gente, neste caso, nos olhos, opinar num blogue, conduzir as gentes para o
site, chegar ao mundo todo num ápice.
E o Facebook? Que fazer? A velha discussão interna em torno dos limites. Até onde ir na abertura
da empresa. E se aparecem colaboradores que não entendem algumas questões,
salariais, por exemplo, e o dizem. Espalha-se. Medo. Apagam-se esses
comentários. Não? Mas então?
Como sempre, as coisas vão-se normalizando na voragem do
tempo. Os caminhos vão-se encontrando, mais moda menos moda.
Para muitos gestores, a questão resolve-se colocando como
responsável pela comunicação um nativo digital ou aproximado. Podem lavar as
mãos como Pilatos.
Para outros, a aposta é mais profunda. É preciso
trabalhar os conteúdos e utilizar as diferentes redes sociais como meios de
comunicar de forma mais próxima e emocional. Ser mais transparente.
Uma
oportunidade imensa.
Tudo isto já não permite colocar a questão de ser ou não ser social.
Tudo isto já não permite colocar a questão de ser ou não ser social.
As organizações já não podem não sê-lo. Pode
ser uma opção não ser social mas parece evidente que implica a exclusão dos fóruns
onde as coisas acontecem.
Já tenho tido esta discussão com
conhecidos e amigos que têm aversão às redes sociais, em particular, ao
Facebook. É possível estar sem uma exposição
excessiva. Como em tudo, deve imperar o bom senso.
O mesmo para as empresas. Uma das
grandes dificuldades de lidar com a presença nas redes sociais tem a ver com os
conteúdos e a capacidade de entusiasmar os outros com o que se comunica. Tem que se ter algo para dizer que chegue às pessoas.
O mundo já não tolera quem se fecha e
nada partilha. Esses tempos morreram por agora, mesmo que um dia voltem.
Sem comentários:
Enviar um comentário