quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Perdas.

Os últimos tempos têm-nos aproximado da morte em números assustadores. 
Não podem deixar de causar um aperto os milhares de mortos não muito longe, no Médio Oriente, na Europa, em África. Conflitos étnicos, perseguições, invasões, doença. 
Não podemos deixar de pensar se fossemos nós.
Ainda assim, não somos... Nem conhecemos ninguém por ali.

Reagimos muito mais quando morre alguém conhecido.
Alguém que fez parte da nossa vida mesmo que no écran, como Williams e Bacall, ou na rádio e televisão, como Rangel.



Robin Williams protagonizou inúmeras personagens inesquecíveis mas, para mim, foi o professor do Clube dos Poetas Mortos que me fez sonhar com um ensino diferente. Como gostava de ter tido aquele professor!

De Lauren Bacall recordo, desde miúda, o olhar provocador, a voz grossa, a beleza e a paixão. 

Emídio Rangel criou uma rádio e uma televisão diferentes, tornou possível um jornalismo livre e ético. A TSF acompanha-me desde o início, mesmo que agora já não seja o que era.

Gosto destas pessoas que são muito mais que estes pequenos destaques. 
Gosto destas pessoas que tinham virtudes e defeitos, mau feitio, coragem, talento, ousadia, fraquezas, doenças, tal como todos nós.
Gosto do seu olhar.
Por isso, sinto com tristeza a sua morte.

São perdas nossas. Podíamos nem saber delas mas estavam algures carregando os seus feitos, a sua beleza, o seu saber. A qualquer momento, podiam surpreender-nos.

1 comentário:

  1. A vida é feita de perdas.Umas na altura própria e outras,infelizmente, demasiadas vezes
    cedo demais ou na hora errada.

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