Ao
tomar o pequeno-almoço esta manhã, volto a ouvir a campanha de comunicação do
BPI “o meu banco do futuro” que está a correr nos meios.
Minutos depois, leio no
Público o artigo de Pedro Sousa Carvalho “Não é inocente o timing, nem a mensagem, da campanha do BPI, que,
depois de sete anos de ausência das televisões, regressou com o Perfect Day, de Lou Reed, para passar a mensagem de um banco que
alberga, debaixo de uma árvore de 25 metros, aqueles que fogem de uma
tempestade. O banco de Fernando Ulrich está a fazer precisamente aquilo que o
Santander Totta fez quando a troika chegou a Portugal, e que tanto irritou, na altura, os
banqueiros portugueses: aproveitou o facto de ser um banco meio espanhol e o
corte de rating da banca portuguesa para “vender” uma imagem de segurança aos
clientes com a campanha Solid as a rock”.
No entanto, face aos acontecimentos do
último mês e, de modo mais avassalador da última semana, esta campanha e outras
que já ouvi caem muito mal nas pessoas comuns.
A desconfiança na banca é muita. E este tipo de campanhas, a correr ao mesmo tempo em que acontece a
maior crise de sempre na história do nosso sistema financeiro com consequências
ainda desconhecidas, não contribui para a aumentar.
Onde estão os comunicadores e os marketeers
nestes momentos de decisão? Continuam sem ser ouvidos nem achados quando se
trata de situações de crise.
Com excepção para a comunicação com os media.
É o que parece quando ouvimos, no
domingo passado, o anúncio do nome do novo banco.
Quando ouvi, nem queria acreditar. Não seria
possível nada melhor? Estou certa que sim.
A seguir ao novo banco, pode sempre vir o novíssimo
banco, o outro banco, o melhor banco... Um erro clássico de comunicação.
O nome Novo Banco passa tudo menos
confiança. E é de confiança que falamos no meio disto tudo. Esta solução sairia fortalecida com um nome mais
forte, menos identificado com a crise que levou à sua criação.
Novo Banco, mais forte e mais seguro??!!
Ao ler esta frase, o sentimento criado é de
total desconfiança.
"Trata-se de
uma decisão administrativa. Quem pensou no assunto não pensou minimamente na
questão da marca. A marca BES é um ativo que era preciso preservar." Diz Pedro Celeste, especialista
em marcas da consultora PC&A, ao
Dinheiro Vivo.
Numa
avaliação feita à marca BES apenas há dois meses, o seu valor foi definido em 640 milhões de
euros.
Os dados constam do prospeto do último aumento de capital do banco que
decorreu entre o fim de Maio e o princípio de Junho deste ano. O valor da marca
Banco Espírito Santo era um dos argumentos para tentar convencer os
investidores a apostarem no aumento de capital do banco de 1047 milhões de
euros. (Expresso)
Por outro lado, já em Julho, crise em
pleno, na rádio, a Dona Inércia, continuava a apelar à confiança no
BES...
Este caso mostra como a participação activa dos especialistas em comunicação e marketing nas decisões devia ser imprescindível, podendo o seu trabalho profissional contribuir para preservar o valor da marca, evitar a sua destruição total e definir a melhor comunicação para retomar um caminho de confiança.
Alta aí!
ResponderEliminar"Trabalhei 29 anos seguidos em várias empresas..." - Lê-se no teu perfil.
Bem!...
Começaste a trabalhar antes de nascer, ou já tens 29 anos?