segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ferro. Força. Marginalidade.


Nada é mais contagioso do que o mal. Li na legenda de uma das esculturas de Rui Chafes em exposição no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.

Faz pensar. É verdade. O mal contagia-se muito mais do que o bem.

Quando ontem à tarde fui, finalmente, ver a exposição O Peso do Paraíso de Rui Chafes, fui pela obra. A escultura. As dimensões. O ferro. O ferro como se fosse leve. Impressiona, sem dúvida. Mas foi aquela frase que marcou a visita.




Lá fora, os jardins estavam cheios de pessoas a passear, sentadas na relva e nos bancos, crianças a correr, velhinhas a curtir, famílias a falar alto.
O primeiro sol, depois de muitos dias cinzentos. A luz azul. A luz quente. O ar quente. Alegria. E havia patos bebés.



No espaço do CAM, junto às peças de Chafes, havia a Narrativa Interior de João Tabarra. 

Trabalhos sobre o uso, o poder e as possibilidades históricas da imagem. Senti força nas fotografias, também nos filmes, projecções estranhas. Um homem que tenta segurar entre mãos uma serpente que é uma mangueira. Não conhecia. Gostei.



E não queria perder Este é o lugar do sul-africano Pieter Hugo.

São fotografias que nos olham profundamente. Olhos que nos fixam. 
A África subsariana num dia-a-dia desconhecido. Uma outra pobreza. Uma outra dureza. Marginalidade? O autor diz que são “novas formas de exprimir a verdade” do continente. Certamente.



As três exposições inspiram. Fazem pensar. Inquietam muito. 
Quem somos, afinal?

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