Esta tarde apeteceu-me fazer caminhos de turista em Lisboa. Para perceber o que se sente, o que fascina.
O tempo estava húmido demais. Chuviscou mas até soube bem. Não havia vento. Caí na asneira de levar os meus Sanjo em vez dumas havainas ou umas sandálias. Os pés fervilhavam e o dedo grande esteve o tempo todo a querer romper os ténis. Fora isso e o suor que me ensopou o cabelo e escorria pela testa, fiz um passeio muito bom.
Que confirmou o entusiasmo que existe pela cidade.
Saí do metro na Baixa-Chiado. Fui até aos elevadores que levam à Costa do Castelo. Fotografei a vista do Chão do Loureiro e publiquei no Facebook, uns minutos abrigada duma chuvada maior.
No Castelo, não consegui entrar. A fila para os bilhetes devia ter umas 200 pessoas, sem exagero. Firmes no propósito da sua visita.
Desisti e segui. Descobri ruelas e becos onde nunca tinha passado. Ou não passava há muitos e muitos anos.
Sempre muita gente para um lado e para outro. Turistas de todas as idades e línguas. Cafés, esplanadas, petiscos, tuk-tuks, fotografias e selfies, risos e vozes, altos e baixos, famílias, jovens e velhos. Obras, restauros. Movimento. Gostei.
Pelo caminho do eléctrico, e não só, cheguei à rua da Voz do Operário e ao Panteão. Em vez de seguir, como a maioria dos transeuntes, para o miradouro da Graça. Não fora o aperto nos pés e teria lá voltado.
O mercado de Santa Clara ainda lá está e as velharias também. Tinha sido dia de feira. Havia vestígios de vendedores e outros começavam a arrumar as tralhas. Revi o sítio onde algumas vezes poisei para vender antiguidades lá de casa. Pelos dezasseis, dezassete anos. Sorri. Apetecia-me vaguear por ali.
A tarde estava mais aberta. Mas começava a ter caibras como resultado de tentar andar sem colocar os dedos dos pés no chão. Ainda não consigo levitar. Desci as escadinhas do Hospital da Marinha e entrei em Santa Apolónia. Estação azul.
Os pés latejavam. Apanhei o metro para casa, certa de ter que voltar e voltar.
(tarde de sábado, 6 de Setembro)
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