sexta-feira, 6 de junho de 2014

Dia D.

Não queria desgastar-me a falar sobre política nem sobre os acontecimentos do dia mas esta decisão do PS esperar 4 meses para eleger quem vai candidatar a secretário-geral do partido parece-me duma enorme irresponsabilidade. 

Confirma a profundidade do buraco que separa esta gente da realidade do país, combinando com a loucura governamental assente em inovar a toda a hora em desrespeito, falta de ética e requintes de malvadez, num caminho para a desconstrução do sistema democrático a que assistimos passivos. 
Reclamam alguns, uma minoria iluminada cuja voz não está a ser suficiente.

Porque, apesar de tudo, a propaganda vai fazendo o seu trabalho. (A este propósito, foi interessante ver a excelente Grande Reportagem passada ontem na SIC sobre a situação na Venezuela, da jornalista Susana André). 
É sempre bom irmos conhecendo os modos de vida para que caminhamos.

Na situação actual, em que alguns ainda acham que Cavaco pode marcar eleições antecipadas (grande flop que serão), o PS vai fazer 4 meses de férias, marimbando para o o país. Os partidos do governo devem rir-se e dizer "cheira a pato".

Hoje celebram-se 70 anos sobre o desembarque na Normandia que, na Segunda Guerra Mundial, viria a marcar o começo da derrota da Alemanha e a salvação da Europa e do Mundo. 

O chamado dia D. 

6 de Junho de 1944, Foto de Robert Capa

Possivelmente, hoje será o dia D do fim do sistema político / partidário tal como o conhecemos. 

Podia ser salvo se a gestão dos partidos representados na AR fosse outra? Não sei mas, enquanto representantes eleitos, foram mandatados para ser responsáveis e têm o nosso destino nas mãos. 

O PS tem aparecido como o único partido político que, dentro do sistema actual, poderia constituir uma alternativa de bom senso e agregadora dos portugueses, apesar do passado, apesar da fragilidade do presente. Penso eu apesar de nunca na vida ter votado neles e não pensar vir a fazê-lo. 


No entanto, preocupa-me o futuro do país/sítio onde moro. Preocupa-me que se caminhe para a possibilidade do actual governo poder ser reeleito apenas por falta de alternativa. Preocupa-me que o PS contribua para a destruição deste país, não pondo em primeiro lugar os portugueses, o que quer que isso já seja. Vão pagar caro.


Mas sobretudo, nós também. Porque não chegámos ao ponto de guerrilha diária da Venezuela e, tendo gente credível e capaz aqui e ali no sistema, não têm oportunidade e tempo de se fazer hipótese de governo. Resta o aparecimento dum populista ambicioso e espertalhão. Os factos mostram que é possível. Porque isso é muito mais fácil do que lutarmos pelo nosso futuro.


Afinal, o Mundial vai começar, o joelho do Ronaldo continua avariado, há montes de festivais e, passados uns dias cinzentos, o azul e a praia virão. E o nosso país é lindo.

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