"Do que tenho
medo é do teu medo."
William Shakespeare
Não que tivesse dúvidas, mas os dias que se seguiram à publicação do último
texto, sobre o Eixo do Medo, confirmaram o realismo do que referi.
Em mensagens privadas, colegas e amigos disseram-me que concordavam com o
texto mas que não se atreviam a exprimi-lo publicamente.
Isto mostra bem como se vive sob ameaça na sociedade e no meio empresarial,
sob a capa do informalismo camarada do tratamento por “tu”, que cria uma falsa
intimidade/cumplicidade, e a implementação de marcas modernas e focadas nos
benefícios para as pessoas.
Os gestores só mudarão o seu comportamento quando sentirem que essas tais pessoas,
os trabalhadores (colaboradores) das suas empresas não têm medo, que ousam
dizer o que pensam e são dignas de confiança porque são elas os profissionais
que fazem o negócio acontecer e os números crescer.
Enquanto a maioria optar pelo silêncio e pelo “baixar de braços”, por achar
que não vale a pena chatear-se pois basta-lhes ir cumprindo os dias e ganhar o
salário ao fim do mês, usufruindo dos seus pequenos luxos, achando que a eles
nada lhes acontecerá, nada realmente mudará e os que agem doutra maneira serão sempre os incómodos,
que perturbam o grupo e “não vestem a camisola”.
As dinâmicas de grupo que levam os indivíduos a comportarem-se socialmente como
o chefe, com medo da exclusão, são, no fundo, as mesmas das praxes, quantas vezes
com os resultados extremos que conhecemos.
Esse medo entranhado leva as pessoas a atitudes que julguei impossíveis.
“As pessoas sem medo e felizes são muito incómodas. Porque espelham as
limitações dos outros, mesmo só com a presença”, escreveu-me hoje alguém que vive fora
de Portugal há muito e estuda a gestão e a comunicação nas empresas.
Será?
Este texto diz tudo o que penso o que sinto e o que constato.
ResponderEliminarNo seguimento do artigo anterior está muito bom e realista.
ResponderEliminarConcordo absolutamente com o que diz o teu amigo que vive no estrangeiro.
O pior é que as pessoas assim quase sempre pagam caro...
O " desconforto" permane ao longo de décadas...de geração em geração
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