sexta-feira, 21 de março de 2014

Happiness

Ontem foi o Dia Mundial da Felicidade.

Estudos variados, frases de pensadores, gestores de recursos humanos e manuais de comportamento que buscam a felicidade interior são unânimes em apontar as pequenas coisas do dia-a-dia de cada um como as fundamentais para atingir uma sensação de felicidade.

Concordo. Tenho experimentado mais do que nunca a felicidade em pequenas coisas que não têm a ver com o dinheiro numa fase da vida em que fiquei sem as condições materiais que me permitiriam fazer algumas das coisas que gosto e que implicam custos, como viajar. 

Concordamos que é tudo uma questão interior e de foco... com excepção para os que nada têm e cuja felicidade é ter algo para comer ou um banho quente para tomar. Ainda assim, são estas pequenas-grandes coisas que lhes dão felicidade.

Andando pelas redes sociais e pelas redes não sociais, parece que estamos todos de acordo. Quem ontem não brindou à felicidade, juntando a primavera, num sonho de paraíso na terra onde tudo é maravilhoso, esquecendo as dificuldades financeiras, o desemprego e o futuro dos filhos?



O que atormenta esta conjugação é o facto de a sociedade caminhar precisamente em sentido contrário. 

Parece que a camada "dirigente" é composta por pessoas que estão "noutra", completamente divorciadas destas questões comuns e populares como a possibilidade de ser feliz e viver "bem" com pouco. 

Não precisamos de dramatizar nem de nos focar no nosso país.

O que se passa no Mundo a nível político, económico e social, parece ser a implementação da infelicidade. A prática contrária à da felicidade, empurrando-nos para um abismo que só pode ter um mau resultado.

Um rol de "se" paira sobre as nossas mentes, mesmo quando dizemos que estamos felizes, como um pêndulo pronto a oscilar e a atingir-nos.



Sendo os que querem a infelicidade em muito menor número dos que querem a felicidade, estes últimos deviam ser capazes de inverter o rumo das coisas, através do contágio e das suas boas práticas.

A História mostra que isso nunca aconteceu, a não ser pontualmente, e os últimos dados apontam para a repetição desse destino. 

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