terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Revisão.


Por acaso, uma noite destas, fui ter a este texto escrito no último dia de 2013 ou talvez já no primeiro de 2014, não sei bem.

Ainda não existia o Tripolar, por isso, certamente que o publiquei no Facebook ou então, guardei-o, simplesmente, não me lembro.

Agora, mais de um ano depois, releio-o. Continua a fazer tudo sentido. 
Podia tê-lo escrito hoje. O futuro 2014 confirmou-se.



Há um ano atrás, a minha intuição fazia-me pressentir que 2013 não seria um ano bom. 

Como não gosto de números ímpares, com excepção para o cinco, atribuí às minhas superstições parvas essa sensação de perda... Infelizmente, foi um ano bera, pessoalmente e na sociedade em que vivemos. A perda aconteceu mesmo.

A desumanização da sociedade, das empresas, a falta de valores, o desprezo pela cultura, pela diferença, pelos mais velhos, a descriminação, o egoísmo extremo dos poderosos, aos seus diferentes níveis, a opção pelo superficial, pelas aparências, aconteceu demais... 

O medo cresceu. O pequeno medo individual e o grande medo colectivo (um dia, se escrever, há-de ser sobre o medo). 

Para mim foi um ano em que o mal dominou e ganhou. Claro, que o contraditório de tudo isto existiu permitindo-nos sobreviver e viver, apesar de.

Talvez, de tudo, o que mais me custou suportar, retirando daqui a dor imensa da perda de pessoas queridas, foi confirmar como a mesquinhez do ser humano, a inveja, a falta de integridade, a pequena sacanagem, a falta de solidariedade, o pequeno medo acontecem muito mais vezes e muito mais perto de nós.

Como coisa boa, em sentido contrário, a confirmação dos amigos que sempre estão nas horas difíceis, sem falhas, sem medos, para o que der e vier!

Por isso, apesar de ter sido um ano difícil para mim, acabo-o com uma sensação boa, positiva, uma certa esperança no futuro. Encerrei um período da minha vida e vou ter que recomeçar de novo. O medo existe mas, numa escala de 0 a 10, está no 4. Na mesma escala, a felicidade anda pelo 7.

Porque a sensação de liberdade pessoal que sinto ainda é dominante em relação ao medo.

2014 é número par e isso, nas minhas superstições primárias, dá- me uma certa confiança. Apesar de tudo.

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