quinta-feira, 14 de abril de 2016

Medicina interna.

Quis ir a um médico generalista, ou seja, a um médico de medicina interna. 
Mostrar todos os exames que fiz e os resultados das consultas dos especialistas.

Tinha esperança que me explicasse porque sinto o corpo divido ao meio, na vertical, o lado direito cheio de mazelas, o esquerdo leve que nem uma pena. Podia até voar. Se não fossem as dores que me assolam do outro lado, da zona lombar ao pé, mais o ombro e o cotovelo. Ah e o pulso e as pedras nos rins. Etc.


Não quero nada com a direita, isso está mais que confirmado. 

Só vou a médicos pontuais. Como este. Um senhor que já me salvou algumas vezes com o seu saber e calma confiante. Já tem uma certa idade. Setentas e?

Mas não tanta idade como o meu dentista que já fez 85. 
Pela primeira vez, a semana passada, senti alguma insegurança ali, de boca aberta, exposta ao ataque da broca. 

São ambos homens altos e magros, cuidados, aparentam muito menos idade. E as consultas são a horas. Ou eram. Porque, nas últimas duas visitas, esperei quase uma hora. Enfim, perdoo-lhes porque os estimo e considero. Gosto deles. 

Aprecio que trabalhem apesar da muita idade. Não se encostaram. Pensam bem. Gostam do que fazem.

A minha mãe também continua operacional, faz a sua vida, presta-nos os mais variados serviços, participa em peças do Canal Q com o neto, mantendo momentos de adrenalina imprescindíveis à vida!

Saí da consulta, depois de muito perorar, com a quase certeza de ter uma hérnia (ou duas?) e dores para a vida. Já não bastavam as centenas de pedras nos rins que ameaçam os Verões dos anos pares. 2016 é par.

Mais um TAC para fazer. Coluna lombossagrada. Para confirmar. 
Tudo bem, depois marco.

O resto já sei. Perder peso. Não comer bolos. Fechar a boca. A fome aperta. 

O médico deixou de comer bolos há 20 anos. Tal como pão. 
Isso não sou capaz, respondo, sou algarvia. Não concebo a vida sem pão!

É uma questão de força de vontade, como deixar de fumar, responde o senhor no seu corpo sequinho.

É verdade, penso, determinada.

Desci a Avenida da Liberdade em direcção ao Rossio. O ar estava frio, o vento forte arrefecia apesar do sol. 

Mas o tempo é de Primavera. A agitação das ruas impressiona. Até o outrora sisudo Restauradores ressuscitou cheios de turistas e esplanadas.

Tinha fome e a tentação de comer um bolo era grande. Venci-a caminhado rapidamente para o metro, aspirando chegar à calmaria da minha rua e da minha casa onde bebi água e comi uma gelatina... 





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