Mostrar todos os exames que fiz e os resultados das consultas dos especialistas.
Tinha esperança que me explicasse porque sinto o corpo divido ao meio, na vertical, o lado direito cheio de mazelas, o esquerdo leve que nem uma pena. Podia até voar. Se não fossem as dores que me assolam do outro lado, da zona lombar ao pé, mais o ombro e o cotovelo. Ah e o pulso e as pedras nos rins. Etc.
Não quero nada com a direita, isso está mais que confirmado.
Só vou a médicos pontuais. Como este. Um senhor que já me salvou algumas vezes com o seu saber e calma confiante. Já tem uma certa idade. Setentas e?
Mas não tanta idade como o meu dentista que já fez 85.
Pela primeira vez, a semana passada, senti alguma insegurança ali, de boca aberta, exposta ao ataque da broca.
São ambos homens altos e magros, cuidados, aparentam muito menos idade. E as consultas são a horas. Ou eram. Porque, nas últimas duas visitas, esperei quase uma hora. Enfim, perdoo-lhes porque os estimo e considero. Gosto deles.
Aprecio que trabalhem apesar da muita idade. Não se encostaram. Pensam bem. Gostam do que fazem.
A minha mãe também continua operacional, faz a sua vida, presta-nos os mais variados serviços, participa em peças do Canal Q com o neto, mantendo momentos de adrenalina imprescindíveis à vida!
Saí da consulta, depois de muito perorar, com a quase certeza de ter uma hérnia (ou duas?) e dores para a vida. Já não bastavam as centenas de pedras nos rins que ameaçam os Verões dos anos pares. 2016 é par.
Mais um TAC para fazer. Coluna lombossagrada. Para confirmar.
Tudo bem, depois marco.
O resto já sei. Perder peso. Não comer bolos. Fechar a boca. A fome aperta.
O médico deixou de comer bolos há 20 anos. Tal como pão.
Isso não sou capaz, respondo, sou algarvia. Não concebo a vida sem pão!
É uma questão de força de vontade, como deixar de fumar, responde o senhor no seu corpo sequinho.
É verdade, penso, determinada.
Desci a Avenida da Liberdade em direcção ao Rossio. O ar estava frio, o vento forte arrefecia apesar do sol.
Mas o tempo é de Primavera. A agitação das ruas impressiona. Até o outrora sisudo Restauradores ressuscitou cheios de turistas e esplanadas.
Tinha fome e a tentação de comer um bolo era grande. Venci-a caminhado rapidamente para o metro, aspirando chegar à calmaria da minha rua e da minha casa onde bebi água e comi uma gelatina...
Mas o tempo é de Primavera. A agitação das ruas impressiona. Até o outrora sisudo Restauradores ressuscitou cheios de turistas e esplanadas.
Tinha fome e a tentação de comer um bolo era grande. Venci-a caminhado rapidamente para o metro, aspirando chegar à calmaria da minha rua e da minha casa onde bebi água e comi uma gelatina...
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