Passaram dois anos sobre o início do Tripolar. Pus-me a reler textos dessa altura. Gostei. Muito melhor do que os últimos. Vivia num período com muito mais disponibilidade. Que é necessária.
Hoje falta-me tempo. Ou será desculpa? Apenas opções? Prioridades. Talvez.
Releio "Transitados" e revejo-me:
(...) quando me atrevi a criar este blogue (...) foi principalmente por gostar de escrever. Gosto e é algo que me apetece fazer.
No entanto, tenho a noção das enormes lacunas literárias que uma vida absorta num trabalho de gestão operacional não ajudou a colmatar, apesar de sempre ter lido bastante. Mas tenho enormes falhas nos clássicos, especialmente, nos russos.
Outra razão é porque me alivia as irritações várias. Como não toco bateria nem dou murros num saco de boxe, escrevo o que me vai na alma. E sinto-me melhor depois.
Ando uns tempos com um assunto na cabeça e há um momento em que tem que ser e torna-se a minha prioridade.
A vontade de escrever mantém-se. Cada vez mais. Se pudesse fazer o que me apetecia, sem preocupações em sobreviver, seria escrever e fotografar. Mas as preocupações existem, não se alteraram.
E olho para estas palavras de "O vazio atrai o cheio" com nostalgia pela leveza optimista dessa época:
O vazio não aconteceu. O vazio está a ficar cheio. Esse cheio é um recheio que tem evoluído e mudado amiúde, num caminho entre a confusão e a clareza. Afinal, só passaram três meses.
Nestes últimos dias, comecei a pensar como me tem provocado um enorme gozo interior saber se vou ou não (ainda não duvidei que sim) ser capaz de concretizar novas coisas, diferentes.
Dou por mim, a caminhar com um sorriso nos lábios, feliz. Sem medo apesar do medo que acho devia ter. E algum tenho. Mais por obrigação porque não o sinto realmente. Nunca fui muito de medos, é certo.
Dois anos depois, o vazio encheu-se, sim. Muitas coisas novas aconteceram. Muitas diferentes das imaginadas ou planeadas.
O caminho parece mais definido, não sei se mais tranquilo. A ver vamos.
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