segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DEZ MIL

10.000 de 26.000 crianças que chegaram à Europa sozinhas estão desaparecidas, diz a policia num primeiro relatório sobre os refugiados. 
O numero é tão elevado que não dá para imaginar. 

Se fossem crianças em escolas portuguesas, quantas escolas cheias seriam? 


Só de imaginar - ou lembrar, porque houve reportagens junto dos refugiados que entrevistaram crianças a viajar sozinhas, os pais que morreram na guerra ou pelo caminho - arrepia. 


Uma criança de 5 ou 7 anos, ou 10 ou 14, a caminhar sem protecção, sem falar a língua, sem comida, ao frio e entregues à sua sorte, está sujeita a todos os males. Quem tem filhos o que sente?


Os canalhas que dirigem a Europa, que gerem organizações, que estão à frente de grandes instituições financeiras, não sentem? Não lhes treme a alma ao ouvir estas notícias?
Ou estão tão longe da realidade, entretidos nos jogos do dinheiro e do poder, que não dão por nada? Entretidos a discutir orçamentos e milhões virtuais.

Há espaço e riqueza mais que suficientes para partilhar.


Do conjunto, só vejo Merkel dizê-lo. Caramba, logo ela que nos habituamos a odiar, com razão. Dos dirigentes europeus, tem sido a única voz a erguer-se em defesa destes desgraçados, ainda assim ameaçada pelos correlegionários.



Vivemos tempos que nunca pensei viver.

O mal banaliza-se a cada noticia. O mal pequeno e individual e o mal colectivo. A indiferença fomenta, permitindo que se espalhe o ódio.


Quanto a esta notícia das crianças refugiadas, não ouvi nada pelos responsáveis europeus. Nada!


Vai repetir-se a história. Como é possível?! Como é possível não impedir este sofrimento?!





Existem muitas pessoas e organizações de solidariedade que, felizmente, ajudam no terreno a dar algum conforto a quem chega mas sem poder fazer muito mais. 

Também outras globais como a UNICEF ou a Cruz Vermelha mas precisam do apoio dos países, dos governos, dos decisores. Os mesmos que não hesitam em se mobilizar em torno dum mosquito.


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