Tenho saudades do tempo em que o colectivo fazia parte da vida. Da vida do
dia-a-dia, naturalmente.
Pelo menos, a memória que tenho dos tempos da minha juventude é a de toda a
gente ter causas, ideologia, preocupação com a sociedade e com a construção do
futuro, com os outros. Diferentes causas. Mas colectivas, naturalmente.
O colectivo estava lá, em cada decisão e em cada acção. A intervenção
social fazia parte do viver e afectava o individual. Sem peso. Sem obrigação.
Era geral. Com divergências e conflitos. Sem medo.
Apesar de a globalização, na altura, não ser facilitada pelos vastos meios tecnológicos
e de comunicação dos dias de hoje, a curiosidade com o mundo acontecia.
Os acontecimentos lá
fora eram consumidos e vividos, acompanhados com entusiasmo.
Agora, dá-se o contrário. O individual domina, naturalmente. Com o seu
egocentrismo. Sem foco. Sem entusiasmo. Com medo. Com indiferença. Com
ignorância.
Não gosto. Não vejo o mundo melhor. Existem demasiadas situações terríveis em que a
dignidade humana é desprezada, em que a violência extrema acontece perante a
passividade da maioria.
Há excepções. Há sempre.Também houve no passado quando se viveram situações semelhantes. E, depois, também
foi tarde demais.
O que sinto é que cada vez temos mais desinformação ao nosso dispor e sinto que a Apatia se instalou e está para ficar.
ResponderEliminarAna, pois, mas, para nossa sobrevivência, temos que fazer alguma coisa... ou o parco futuro que se advinha nem acontecerá...
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