sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Outro tempo.


Tenho saudades do tempo em que o colectivo fazia parte da vida. Da vida do dia-a-dia, naturalmente.

Pelo menos, a memória que tenho dos tempos da minha juventude é a de toda a gente ter causas, ideologia, preocupação com a sociedade e com a construção do futuro, com os outros. Diferentes causas. Mas colectivas, naturalmente.

O colectivo estava lá, em cada decisão e em cada acção. A intervenção social fazia parte do viver e afectava o individual. Sem peso. Sem obrigação. Era geral. Com divergências e conflitos. Sem medo.

Apesar de a globalização, na altura, não ser facilitada pelos vastos meios tecnológicos e de comunicação dos dias de hoje, a curiosidade com o mundo acontecia. 
Os acontecimentos lá fora eram consumidos e vividos, acompanhados com entusiasmo.

Agora, dá-se o contrário. O individual domina, naturalmente. Com o seu egocentrismo. Sem foco. Sem entusiasmo. Com medo. Com indiferença. Com ignorância.

Não gosto. Não vejo o mundo melhor. Existem demasiadas situações terríveis em que a dignidade humana é desprezada, em que a violência extrema acontece perante a passividade da maioria

Há excepções. Há sempre.Também houve no passado quando se viveram situações semelhantes. E, depois, também foi tarde demais. 


2 comentários:

  1. O que sinto é que cada vez temos mais desinformação ao nosso dispor e sinto que a Apatia se instalou e está para ficar.

    ResponderEliminar
  2. Ana, pois, mas, para nossa sobrevivência, temos que fazer alguma coisa... ou o parco futuro que se advinha nem acontecerá...

    ResponderEliminar